Com o objetivo de transmitir aos agricultores as boas práticas de semeadura, o doutorando da Unesp de Botucatu (Faculdade de Ciências Agrárias), Tiago Correia, ministrou palestra sobre o projeto IPS (Inspeção Periódica de Semeadoras) durante o dia de campo da Dow em parceria com a Agro Ferrari. Na oportunidade ele abordou boas práticas na velocidade de semeadura, profundidade de plantio, distância entre sementes e a importância de se evitar falhas e sementes duplas.
Segundo ele, todos estes quesitos, se não respeitados, geram prejuízo econômico ao final de todo o processo e quem paga a conta é o grão produzido. Quando se deixa de semear ou se semeia um grão duplo, o estande correto está sendo deixado de lado e o resultado é prejuízo na produtividade.
De acordo com Correia, em 100% das visitas inspecionais feitas no campo são detectadas falhas, principalmente na escolha inadequada do disco e no excesso de velocidade da semeadura. Porém, ele destaca que independente do tipo de semeadora, evitar estes e os demais erros, é possível. E é aí que entra o projeto IPS, cujo objetivo é detectar essas falhas e corrigi-las.
Quanto ao modelo (pneumática ou de disco horizontal) e idade da semeadora, detectou-se que falhas ocorrem nos dois tipos. “Talvez uma semeadora mais nova tenha menor índice de falhas, mas isso não impede que elas ocorram, já que grande parte é causada pela maneira errada com a qual os agricultores as utilizam”, relata ele.
Segundo o doutorando, mesmo a semeadora sendo ano 2015, pneumática e com tecnologia embarcada, caso não sejam seguidos os requisitos para um bom plantio, o produtor está suscetível a falhas. “De nada adianta ter em mãos uma máquina toda tecnológica, se há a insistência de fazer a semeadura a 12 quilômetros por hora, por exemplo. O modelo e idade podem até minimizar as falhas, mas elas ainda existirão e o resultado será perda de produtividade”, diz.
Ele explica que resultados de pesquisas recentes dão conta de que a faixa ideal de velocidade para a semeadura tanto no milho quanto na soja é de quatro a sete quilômetros/hora. Com essa velocidade respeitada, o índice de falhas encontrado é muito menor, segundo Correia. “As velocidades que mais incrementam falhas são as encontradas com mais frequência, de nove a 12 quilômetros/hora”, diz.
Ele também abordou em sua palestra a importância da atenção quanto à profundidade da semeadura. De acordo com o doutorando, além da regulagem da semeadora, o agricultor precisa estar atento a outros quesitos, como o tipo de cultura plantada (onde cada qual tem sua faixa de profundidade ideal), além da umidade da terra e tipo de manejo realizado no solo (plantio direto ou convencional).
“Se eu trabalho com plantio direto, tenho uma faixa de umidade mais próxima do solo. Se eu trabalho em plantio convencional, essa faixa está mais distante da superfície. São quesitos preliminares como estes que determinam a profundidade de plantio. Uma falha muito encontrada é a falta de uniformidade entre as linhas. Isso provoca a emergência desuniforme da cultura, o que traz muita dor de cabeça no momento da colheita”, disse ele.
Para entrar em contato com os idealizadores do projeto de extensão rural a fim de solicitar inspeção de plantadoras, Correia comenta que o IPS está à disposição de cooperativas, associações e sindicatos e para entrar em contato basta acessar ligar para (14) 3880 7630, ou enviar e-mail para tiago@fca.unesp.br ou arbex@fca.unesp.br.